quarta-feira, 29 de abril de 2009

Biomas Brasileiros - extinção de espécies

A extinção de espécies nos biomas terrestres

A extinção consiste no processo de desaparecimento por completo de uma espécie de uma região ou bioma. Várias espécies se extinguiram ou irão se extinguir como parte de um processo que se repete ao longo da história da vida na Terra. Algumas espécies têm uma população muito reduzida populações pequenas, por isso, estariam mais sujeitas às variações ambientais. Além disso, algumas catástrofes podem acelerar o processo de desaparecimento de um grupo de seres vivos de uma região ou até de grande parte do globo. Dessa forma, é possível afirmar que a extinção é um processo natural, entretanto a taxa atual de extinção é muito alta. Esse aumento da taxa de extinção está relacionado a atividade humana. Os seres humanos têm causado o desaparecimento das espécies animais de diferentes formas:

Redução de habitat e fragmentação: é uma das maiores ameaças a estabilidade das populações naturais. Isso acontece quando as florestas são desmatadas, estradas são construídas e rios canalizados. Essa ação antrópica reduz e desconecta os habitats naturais produzindo pequenas manchas dos ecossistemas naturais. As subpopulações pequenas e isoladas em fragmentos de habitat são vulneráveis á extinção por causa da perda diversidade genética e de perturbações ambientais aleatórias.

Introdução de espécies invasoras: as espécies invasoras ou exóticas são seres vivos de outras regiões que chegaram acidentalmente ou foram introduzidos deliberadamente para cultivos, ornamentação, caça ou agentes de controle biológico. Essas espécies exóticas competem, parasitam ou predam as espécies naturais causando mudanças drásticas na composição vegetal e animal dos ecossistemas. As espécies exóticas são consideradas segunda maior causa de perda de biodiversidade.

Sobreexploração: com o avanço tecnológico e demográfico da humanidade, observa-se um aprimoramento das armas e ferramentas para a caça e a pesca e uma demanda maior de alimento para suprir as populações humanas. Os seres humanos se tornaram caçadores e pescadores tão eficientes que muitas espécies desapareceram ou desaparecerão devido a essas atividades humanas. Além disso, a extração da madeira e a extensão das áreas de cultivo e de pastagem têm contribuído para a diminuição das áreas verdes e para o extermínio de espécies.

Tráfico de animais e retirada da flora silvestre: animais e plantas são retirados dos ambientes naturais para serem comercializados como objetos de estimação ou de decoração.

Identificando algumas espécies ameaçadas em ecossistemas brasileiros. Analise de fatores que explicam os perigos para a sobrevivência das espécies ameaçadas.

A extinção de espécies da flora e da fauna brasileira

A biodiversidade é uma das maiores riquezas do Brasil, uma riqueza que não se restringe pensar na natureza como uma fonte de produtos farmacêuticos e ou alimentares. A conservação dos ecossistemas naturais da flora, da fauna e os microrganismos garantem a sustentabilidade dos recursos naturais e permite a ocorrência de interações biológicas e de vários fenômenos essenciais à manutenção da biodiversidade, como, por exemplo: a polinização; reciclagem de nutrientes; fixação de nitrogênio no solo; dispersão de propágulos e sementes; purificação da água e o controle biológico de populações de plantas, animais, insetos e microorganismos, entre outros. Essas atividades realizadas por diferentes seres vivos garantem a qualidade dos ambientes naturais e conseqüentemente o bem estar das populações humanas. Afinal, os seres humanos também sofrem com a degradação dos biomas.

A conservação da biodiversidade brasileira para as gerações presentes e futuras e a administração do conflito entre a conservação e o desenvolvimento não sustentável são algumas das preocupações dos ambientalistas. Vários esforços têm sido feitos para estimular iniciativas de preservação das espécies. Algumas das iniciativas de preservação são orientadas pela categorização dos animais e de plantas quanto ao risco de extinção. A escala utilizada no Brasil foi proposta pela União Mundial para a Natureza e tem as seguintes categorias:

  • Extinta – considerado quando não há dúvidas de que o último indivíduo da espécie;
  • Extinta regionalmente – considerado quando a espécie está extinta em um país mas existente em outras partes do mundo.
  • Extinta na natureza - considerado quando a espécie é encontrada em cativeiro, criação ou como uma população naturalizada fora de sua área original de ocorrência.
  • Ameaçada - enquadrada em três níveis de ameaça:
    • Criticamente em perigo – espécie que corre um risco extremamente alto de extinção na natureza
    • Em perigo – espécie que corre um risco muito alto de extinção na natureza
    • Vulnerável – espécie corre um risco alto de extinção na natureza
  • Quase ameaçada – espécie que não atinge, mas está próximo de atingir os critérios de ameaça, ou provavelmente estará ameaçada em um futuro próximo.
  • Não ameaçada

Estudos de levantamento da fauna publicados em 2003 identificaram que 395 espécies e subespécies de animais brasileiros (não incluídos os peixes e invertebrados aquáticos); estão sob ameaça de extinção. Em 1989, eram 220 espécies em perigo. Entre as espécies mais ameaçadas destaca-se: baleia-azul, do bugio, do mico-leão-de-cara-preta, do mico-leão-preto, do macaco-prego-de-peito-amarelo, do rato-candango, do peixe-boi-marinho, da jibóia-de-cropan, da jararaca-de-alcatrazes, da tartaruga-de-couro e da perereca-verde

Estudos de levantamento da flora brasileira identificaram que pelo menos 1.538 podem ser consideradas como espécies ameaçadas de extinção. Como os levantamentos sobre a flora são mais difíceis de serem realizados, acredita-se que o número de plantas ameaçadas está subestimado.